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Este blog foi criado essencialmente criado para contar os episódios desta fase da minha vida. Tenho tantos familiares e amigos a quererem saber como descobri que estava doente e como estou no momento presente, que decidi contar tudo aqui, neste espaço, etapa por etapa, dia a dia.

Dias seguintes - 28 e 29 de Novembro

Se por um lado tenho menos ressaca a vontade de dormir e de estar deitada continua intensa e foi isso que fiz durante estes dois dias. No sábado ainda ainda tive por cá o meu marido e filho mais velho, no domingo tive quase todo o dia sozinha, mas é preciso, porque o corpo pede muito descanso, apenas me levanto para tomar banho e comer. Já vi um pouco de televisão às horas da refeição. Entretanto, o meu cabelo que já estava crescido (com 1 cm) voltou a cair, mas é um mal menor. Já me habituei ao meu lenço em casa, e agora é mesmo necessário porque tenho frio no couro cabeludo sem o lenço e à cabeleira para a rua.

Dia 65 - 27 de Novembro

Mais um tratamento. Mal comecei a receber o tratamento, comecei a ficar enjoada, com vómitos durante o tempo todo. Cada vez me custa mais aquelas duas horas. Vim para casa ainda com o estômago embrulhado, lá comi e deitei-me. Estranhamente a tarde a ressaca não foram tão intensas. Não tive cólicas, apenas dores no corpo e muitos arrepios de frio. Parecia que estava com gripe. Ao fim da tarde ainda me levantei para receber os meus filhos, para fazer o saco do mais novo que ia para casa dos meus pais. O mais velho fiacava porque amanhã tem um exame de inglês.
Tive ainda uma outra agradável notícia, o meu emprego, pagou-me o subsídio de natal, coisa de que eu não estava à espera, porque nestes casos, tem que geralmente solicitar-se à segurança social. Foram generosos, ao que eu agradeço de coração. Assim, apesar de ainda estar doente o Natal vai saber melhor.

Dia 64 - 26 de Novembro

Aqui estou eu para dar a boa nova. Hoje fui ao hospital fazer análises e acabei de saber que faço tratamento amanhã. Ainda bem, é o 4ª , depois deste só faltam 2. E uma contagem decrescente para me por nova em folha.

Dia seguinte - 25 de Novembro

Mais um dia de gaiteirice. Hoje, fui a Alvalade à Secre colocar uns documentos do seguro de saúde. Dei mais uma voltinha e vim para casa. Está um dia tenebroso, todo o dia a chover. À tarde foi tempo de ajudar o meu filho nos estudos, neste caso, na minha especialidade, História. Vamos ver se é desta que o rapaz tem boas notas na disciplina. De resto, continuo à espera que os globulos brancos subam.
Sinto-me bem, à espera da próxima pancada. Vou tratando de muita coisa, não calculam os diversos assuntos que tenho tratado desde que estou em casa e ainda tenho tanto para fazer. Assim se vê, aquilo que não conseguimos fazer quando estamos a trabalhar, o fim-de-semana é curto não dá para tratar de grandes assuntos, quando estamos a trabalhar.

Dia 63 - 24 de Novembro

Hoje é um dia especial, o meu filho Francisco faz anos. Como não fiz tratamento e só ontem ele nos disse o que queria de prenda. A primeira coisa que fiz de manhã foi ir comprar-lhe o que ele pediu. Este meu filho está mesmo a chegar adolescência: no fim do ano passado, começou a pentear-se antes de ir para a escola, este ano, não só se penteia, como coloca desodorizante e perfume, no corpo e no cabelo. É giro vê-los crescer. Os meus pais trouxeram um bolo de aniversário e jantaram cá, já o iam fazer se eu tivesse feito o dito tratamento.

Dia 62 -23 de Novembro

Hoje fiz uma maratona para a quarentena que começaria amanhã. Fui tratar de alguns assuntos pessoais, fazer compras domésticas. Fiz análises e fui ao médico. Mas fui surpreendida com mais um imprevisto, os glóbulos brancos estão baixos e não me permitem fazer o tratamento amanhã. A médica, preparava-se para me dar a famosa injecção para os fazer subir. Mas eu disse-lhe que poderíamos esperar alguns dias sem a injecção. Já sei que a famosa ,dá uma ressaca desgraçada, com muitas dores nos ossos e, como tal , preferia não a tomar. Vou esperar até quinta-feira, voltar a repetir análises e depois logo se vê. A minha vida vai-se complicar se não fizer esta semana o tratamento, porque o Eduardo viaja para a semana em trabalho. Vamos ver como nos arranjamos.

Dias seguintes -19,20 e 21 de Novembro

Cá estou bem disposta, a cicatriz está a evoluir favoravelmente, estou a preparar-me para a próxima semana de reclusão, pelo que tenho saído com fartura. Quanto mais se aproxima o dia pior é, é uma sensação estranha de quem sabe para o que caminha, que é desagradável, mas obrigatório, pelo que não há como fugir. A sexta-feira foi ocupada com bastantes afazeres domésticos. No sábado, estive ocupada com o estudo dos meus filhos e à noite fomos jantar fora com uns amigos dos Açores. Foi bastante agradável. O domingo foi caseiro.

Dia seguinte - 18 de Novembro

Dia activo, tenho de aproveitar os poucos dias que me faltam até à próxima sessão de QT. Pelo estou a tentar organizar a minha vida o melhor possível. Passo os dias entre afazeres domésticos e outros que é necessário serem feitos e que muitas vezes não tenho tempo para eles quando estou a trabalhar. Ainda não me aborreci, porque tenho muita coisa para por em dia.

Dia 61 - 17 de Novembro

Hoje foi um dia especial, por vários motivos. Tive 12 colegas a almoçar comigo. Muitos deles, a maioria não me via desde o último dia em que trabalhei. Foi bom o almoço, foram muito simpáticos. Depois do almoço segui para o médico, cirurgião. Este médico tem uma sensibilidade extraordinária, perguntou-me se eu estava bem disposta, se tinha passado bem. Acho que percebeu que nos últimos dias tenho estado menos bem. A verdade e o que importa é que tirei os últimos pontos, custou um pouco, mas já está. Agora só volto lá depois de acabar a radioterapia. Grande batalha, está parece estar ganha - a da cicatriz. Perguntei-lhe sobre o prazo da radioterapia, mas ele disse-me que devo fazer tudo dentro dos prazos normais. Posso colocar o creme gordo da Barral para a cicatriz ou outro qualquer.

Dia seguinte - 16 de Novembro

Hoje foi um dia normal, com os afazeres de casa e com os afazeres dos miúdos. De manhã ainda fui com a minha mãe provar um colete que mandei fazer, fui colocá-la em casa e passei o resto da tarde por casa, ao fim da tarde já com os meus filhos. Também já comecei a fazer as compras de Natal. Continuo meia aborrecida com coisas que neste momento não me deviam aborrecer, mas as pessoas não percebem, mesmo as mais próximas. Acham que já passei o estado de graça da doença e que agora é tudo fácil.

Dias seguintes - 14 e 15 de Novembro

No sábado os miúdos foram com o Eduardo ao futebol, eu fiquei em casa da Teresa, mãe de um amigo do Francisco. Foi engraçado, porque conheci uma pessoa que já teve a mesma doença que eu, conversámos bastante. O domingo foi um dia passado em casa, não tive muito bem disposta, os miúdos foram a uma festa de anos, mas eu fiquei por casa, a descansar. Apesar de não estar a trabalhar, os resto das tarefas estão todas por minha conta e às vezes é saturante aguentar com tudo em cima de mim. Mas nem sempre sou compreendida. Enfim, estes momentos hão-de passar, melhores dias virão.

Dia seguinte - 13 de Novembro

Hoje foi um dia normal, de manhã tratei de alguns assuntos, fui às compras de supermercado, e à tarde fui para as actividades com os meus filhos. Ao jantar fomos ter com a São e o Paulo, o Tio António e esposa, e a Nónó, fomos ao Café Império, que para mim, é dos restaurantes que serve melhores bifes em Lisboa.

Dia seguinte - 12 de Novembro

Mais um dia, atarefado, levantar o computador, almoçar com os meus pais, ir ao Centro Comercial com a minha mãe. Aliás estes tempos tem sido muito passados com os meus pais, já fazia muito tempo que não passava tanto tempo com eles, é bom. Depois do almoço, fui levantar o computador e fui ao dentista com o Gonçalo, meu filho mais novo. Quando cheguei a casa o Francisco estava numa excitação, recebeu as notas intercalares e foram muito boas, exceptuando história e português, que foram um desastre, mas parece-me que neste caso a culpa não é só dele. É um problema para analisar com os professores, já tentei marcar uma reunião.

Dia seguinte - 11 de Novembro

Mais um dia para tratar de muitas coisas, em especial do computador que se avariou. Agora é que vejo a falta que faz, não consigo passar sem ele. Fui também às compras, ao correio, fui ao colégio recolher o meu filho, e ao ténis com os dois ao fim da tarde. Estou na plenitude das minhas forças, até à proxima queda ( tratamento).

Dia 60 - 10 de Novembro

Hoje é um dia importante, passam 60 dias de contagem da doença, ou sejam, foram 60 dias, em que passei em episódios directamente relacionados com a doença, por coincidência ou não, hoje fui ao cirurgião, para ver como está a cicatriz, desde que fiz tratamento, não mexi no penso, com medo de ver como estava por baixo, mas está tudo bem, o cirurgião, tirou metade dos pontos, a outra metade ficou para a semana. Eu estou aliviada e alegre. O cirurgião, também ficou feliz, por ver que o problema da cicatriz parece resolovido, até me deu um beijo de despedida. Ele tem sido impecável comigo, sempre muito atencioso. Há coisas que não se pagam, ter um médico assim, não tem preço. Acho que lhe vou ficar grata para o resto da vida.
Entretanto, também hoje, começei os meus almoços com as minhas amigas, hoje foi a vez da Zai. É bom olhar para trás, para a minha vida passada e presente e ver que tenho amigas, desde a infância, esta é apenas uma delas. Amigos e candidatos a almoços, organizem-se, vou começar a agendar almoços, não posso ficar fechada em casa a pensar na doença.
Hoje também foi dia de ira falar com a professora do Gonçalo, ela acha que ele está mais frágil por causa da minha doença, tem falado nisso, várias vezes à professora, em situações pontuais, comovi-me um pouco, mas tento ultrapassar isso, como eles, dando-lhes todo o apoio que consigo.

Dia seguinte - 9 de Novembro

Cá estou eu pronta para a vida normal, depois de fechadas durante 6 dias em casa, tento hoje fazer a minha vida normal. Saí logo de manhã para deixar os meus filhos na escola e fui com a minah cabeleira ao cabeleireiro para ser penteada. Eu que nunca fui escrava de cabelereiros, agora vejo-me obrigada a ser escrava do serviço. O resto do dia foi passado por casa com o meu filho, mais velho durante a tarde e depois também com o mais novo.
PS - o atraso n actualização no blog deve-se a um problema informático, que ainda não está totalmente resolvido.

Dias seguintes - 4 a 8 de Novembro

São dias muito complicados, cada vez penso mais, que tratamento mais horrível a que tenho de ser sujeita, dá-me mal estar geral, fraqueza total, um gosto na boca, que parece que o produto injectado nos sai pela mesma, sonolência até à exaustão, nestes dias cheguei a estar todo o dia deitada e mesmo assim tenho sono, a cabeça está muito tonta, tenho dores de cabeça insuportáveis. Enfim, acho dificil descrever este meu estado, mas acreditem que o não o invejo para ninguém. Só hoje, dia em que estou a escrever me sinto com mais força e mesmo assim, depois de fazer algum trabalho em casa tenho de parar e descansar.

Dia 59 - 3 de Novembro

Lá fui eu para o meu tratamento logo pela manhã. Desta vez senti-me mal logo na sala enquanto me injectavam, vomitei e tudo. Pensei, isto vai começar mal, mas vim para casa com a minha medicação, e coisa foi mais leva do do que no 2º tratamento. Não tive vómitos, ou se tive foram muito poucos, mantive-me deitada, comi e pouco mais.

Dia 58 - 2 de Novembro

Hoje foi um dia normal, tratei de alguns assuntos de manhã, nomeadamente a entrega da papelada para a marcação de Junta Médica, para obter os benefícios fiscais inerentes a esta doença. Depois fui tomar um café com a Isabel S. e apareceu também a Helena Amaral, antiga sub-directora que estava a passar e resolveu parar e estar um pouco a conversar.
À tarde foi tempo de hospital, nova consulta, e de marcação de tratamento para amanhã. Portanto, não se admirem, mas nos próximos dias a ausência vai ser total.

Dias seguintes - 31 de Outubro e 1 de Novembro

É o primeiro fim-de-semana, depois de muitos passados em que me sinto bem. No sábado fomos almoçar à Costa da Caparica, encontrei a Belinha, conversámos um pouco. No sábado à noite tive cá uns amigos. No Domingo fui almoçar com os meus pais e a seguir fomos a casa da Nónó. O fim-de semana passou-se bem e divertido.