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Este blog foi criado essencialmente criado para contar os episódios desta fase da minha vida. Tenho tantos familiares e amigos a quererem saber como descobri que estava doente e como estou no momento presente, que decidi contar tudo aqui, neste espaço, etapa por etapa, dia a dia.

Dias seguintes - 8 e 9 de Julho

Estava convencida que teria de esperar, mas depois de ter falado com a minha amiga Zézinha, para tentar ver se haveria alguma possibilidade de ver encurtar o prazo de espera da cirurgia, através dos seus conhecimentos, e de ouvir a opinião dela sobre a brevidade com que eu devia ser operada, resolvi também falar com a minha médica ginecologista. Ela também foi de opinião de ser operada o quanto antes. À noite voltei a falar com o Eduardo, o meu marido, estava numa tensão nervosa grande e disse-lhe que não iria aguentar esperar tanto tempo. Na quinta-feira, a minha mãe tentou falar com o Dr. António Gomes, o 1º médico a quem me dirigi, para saber se ele teria possibilidades de me operar, mas sem sucesso, não atendeu o telefone. Nesse dia, resolvi falar para o consultório do Dr. Passos Angelo e tentar falar com a sua assistente. Disse-lhe que estava a tentar marcar uma consulta para o Dr. Santos Costa, mas que me tinham dito ao telefone que só haveria consulta para o dia 21 de Julho. Ela, prontamente, aceitou resolver o meu problema. Passado meio hora ,estava a ligar-me a marcar consulta para o dia 10 de Julho. Que alívio.

Dia 8 - 7 de Julho - IPO

De manhã rumei ao IPO, com a minha mãe, fiz a minha inscrição e aguardei que o Dr. António Gomes nos chamasse, ao fim de meio hora encontravamo-nos com ele, disse-me que já tinha falado com o seu colega da Clínica Multidisciplinar da Mama e que eu teria de me dirigir paral lá dando assim entrada na lista de espera da cirurgia. Assim o fizemos. Quando estava na sala de espera, vejo passar o Dr. Santos Costa, e aproximei-me dele para falar da minha madrinha mas também de mim. De certa forma, tinha de o justificar estar ali. Disse-lhe o que se passava comigo e a razão porque estava na sua frente. Pegou no meu processo, e quis imediatamente ver o que se passava. Teve a avaliar, pediu que me despisse e depois disse-me que eu tinha de ser operada. Ao que lhe perguntei, qual seria a lista de espera, disse-me que seriam cerca de 1 mês e meio a dois meses, porque no Verão (Agosto) a lista poderia extender-se por mais algum tempo. A cirurgia da minha madrinha era entretanto marcada para o dia 16 de Julho finalmente. Entretanto, o médico que iria seguir o meu processo, iria dar entrada na lista para a cirurgia e marcar todos os exames associados, análises, rx e depois a consulta de confirmação da cirurgia e do anestesista. Tudo isto seria feito nos últimos dias de Julho.
À tarde, iria fazer a Ressonância Magnética. Confirmavam-se que os dois tumores eram do mesmo tipo e tinham as medidas de 1 cm e 1,5 cm. A ressonância não custa nada, sente-se apenas um barulho ensurdecedor.

Dia 7 - 6 de Julho

Estou mais calma. À tarde vou ao médico da minha mãe e da minha colega e amiga Gabriela Iriarte, o Dr. António Gomes. A minha mãe foi comigo, lá levei os meus relatórios, com todos os exames. O médico foi muito simpático, perguntou-me se eu queria ir para o IPO, ao que respondi positivamente ( eu sabia que esse era o local para me tratar em melhores condições). Para além disso, teve uma conversa muito humana comigo, explicando-me que estas doenças são por vezes longas, mas que tenho de ser optimista e ter preserverança para poder lutar contra ela. Foram muito importantes estas palavras. Este homem é um médico muito simples e acessível. Gostei dele.
Ficou combinado no dia seguinte ir ter com ele ao IPO.

dias seguintes

Os dias a seguir foram de muitos nervos, de muitos telefonemas, dos poucos que já sabiam, sobretudo família e alguns amigos. Cada sms que recebia, chorava mais um pouco. Mas é muito bom saber que nestes momentos temos muitos amigos e família, precisamos mesmo disso. O sorriso era difícil de esboçar, a apreensão é elevada pela incerteza do que me espera.

Dia 6 - 3 de Julho - resultado da biópsia

De manhã acordei um pouco nervosa, era natural, hoje é que era o dia D. Fomos à praia como todos os dias, mas eu estava bastante ansiosa e quando cheguei de novo ao hotel, pela hora do almoço, telefonei para o laboratório, a confirmar se já teriam enviado o resultado. A funcionária informou-me, prontamente, que o resultado teria sido enviado nessa manhã. Corri para o computador do hotel e lá encontrei o esperado ou não a biópsia dizia "carcinoma ductal invasivo", apesar de saber o que era eu ainda procurava uma resposta definitiva e apressei-me a ligar para o telemóvel da minha ginecologista, Dra. Paula, que me confirmou que era maligno. Desatei num pranto, é muito dificil controlarmo-nos numa situação destas. Meti-me no apartamento sozinha, os meus filhos estavam pelos jardins e na piscina e chorei, chorei, até parar. As minhas férias estavam definitivamente estragadas, a minha vida ia mudar e muito. Não liguei a ninguém. Os miúdos deram e não deram por isso, mas não lhes dei grandes explicações, apenas lhes disse que a mãe tinha de ser operada. Eles depressa deixam de pensar no assunto, felizmente, as crianças tem essa capacidade. À tarde à medida que me iam telefonando, eu ia contando a todos amigos e familiares. Foi um dia com os nervos à flor da pele. Parece que o chão em que pisamos nos está a fugir e nós não sabemos o caminho a seguir, porque é muito dificil obter respostas.

Dias seguintes

No dia seguinte rumei ao Algarve, as férias estavam marcadas, os miúdos estavam cheios de expectativas em relação a estas férias. Eu sentia um grande peso em cima de mim, sabia que ia passar a semana sozinha e que até sexta-feira ia saber o resultado da biopsia, que iria chegar pelo meu e-mail. Tentei abstrair-me, gozar a praia e os miúdos, que adoraram o sítio por mim escolhido. Foram uns dias agradáveis, dentro dos meus constrangimentos. À medida que os dias iam passando ia ficando mais ansiosa, até que a partir de quarta-feira, começei abrir a minha caixa de correio electrónico, estava sempre muito nervosa, à espera que a "minha sentença" já lá estivesse. Foi assim na quarta e na quinta-feira dessa semana.

Dia 5- 25 de Junho - Biópsia

À tarde não fui trabalhar, almoçei por acaso com a minha amiga Teresa Rosa e estava relativamente descontraída, falámos de muita coisa e também do assunto - doença. Depois do almoço rumei, novamente, ao consultório do Dr. Passos Angelo. Quando entrei na sala para fazer o exame, assim que a técnica começou a falar comigo, desatei num pranto, era tensão acumulada, é muito dificil em momentos em que os nervos estão à flor da pele eu deixar de chorar. Lá me acalmei, fiz o exame, que não me custou nada, apenas senti os "clicks" da seringa a, julgo eu, agarrarem o tecido. Acho que foram 5 clicks. Depois do exame, ainda falei um pouco com o Dr. Passos Angelo, que me disse que aparentemente o tecido recolhido não lhe pareceu "maligno". Tive ainda a descansar um pouco e a colocar gelo na zona afectada. Meti-me no metro e fui ao laboratório entregar o tecido recolhido para o "juízo final".

dia seguinte

os dias de incerteza não são bons. esta fase é muito solitária, não queremos assustar as pessoas em nosso redor. Mantemos os nossos silêncios, mas a angustia é grande. Só quem passa é que consegue avaliar.

Dia 4 - 24 de junho

De manhã quando cheguei ao emprego, levava um peso enorme. Tive que contar à minha amiga Isabel Saraiva o que se estava a passar comigo. Entretanto, ligam-me do consultório a desmarcar a ressonância. O aparelho tinha um problema nas antenas e eu já não podia fazer o exame no dia programado. Estava com uma grande carga de ansiedade. Como se veio a comprovar que não iria ser possível fazer a ressonância naquela semana, e como eu iria de férias na semana seguinte, o médico marcou-me a biópsia para o dia 26 de Junho às 15.30.

dia 3 - 23 de Junho

No dia marcado para o exame, lá fui eu, depois do emprego, para o consultório do Dr. Passos Angelo, executar a mamografia. Estava um pouco nervosa, mas ao mesmo tempo pensava pode ser que não seja nada. Fiz a mamografia, e depois a eco, em que me confrontei com o médico. Ele disse-me que, de facto, eu tinha dois nódulos, um maior e outro mais pequeno, mas que por aquilo que visualizava pareciam fibroadenomas, no entanto, como tinham crescido bastante, desde a minha última mamografia feita em Novembro de 2008, haveria que confirmar as suspeitas e, como tal, teria de realizar uma ressonância magnética. Ficou logo marcada para o dia 25 de Junho.

dias seguintes

Os dias seguintes foram passados numa constante dúvida. Tenho ou não alguma coisa no peito, todas as manhãs, em frente ao espelho tentava não localizar os nodulos, mas eles continuavam lá no mesmo local.Tinha sempre a esperança de que fosse tensão mamária. Manti sempre o meu silêncio, para não assustar mais ninguém. Apenas o meu marido sabia que eu faria uma mamografia no dia 23 de junho.

Dia 2 - 18 de junho, Quinta-feira

De manhã fui ao IPO, por coincidência acompanhar uma familiar que tem cancro da mama.Lá nos encontrámos com o Dr. Santos Costa para tentar marcar em definitivo a cirurgia da Nónó, que já espera à 6 meses pelo dia em que vai ser operada. A minha vontade, era também abordar o meu problema, as minhas dúvidas, mas porque nunca tinha visto o médico, achei que ele poderia levar a mal e não lhe coloquei o meu problema.
À tarde passei pelo consultório da minha ginecologista, Dra. Paula, que prontamente me atendeu, mesmo sem qualquer marcação. Confirmavam-se as minhas suspeitas, segundo ela, tinha de facto qualquer coisa que importava confirmar. Assim, que cheguei a casa depois de ter ido recolher o meu filho mais velho à escola, tentei logo marcar a mamografia. Tentei a médica com quem faço as mamografias, Dra. Lurdes Orvalho, mas porque estava de férias até ao dia 29, imediatamente tentei o consultório do Dr. Passos Angelo. Consegui marcação para a Terça-feira seguinte, dia 23 de Junho.

Dias seguintes

Um grande silêncio e uma grande dúvida, vou ou não ao médico? devo preocupar-me ou não.?É tensão mamária ou não? Até que chegou o dia 18 de Junho.

dia 1 - 13 de Junho 2009

Um dia normal como tantos outros. Neste dia resolvemos ir à praia com o nosso Guga ( o Kiko, estava no Algarve). Foi um dia bem passado. Já chegámos a casa muito tarde e foi na casa de banho a colocar creme que descobri dois nódulos no peito. Ao principio não queria acreditar e pensava não é nada, é apenas tensão mamária.

Introdução

Este blog foi criado essencialmente para contar os episódios desta fase da minha vida. Tenho tantos familiares e amigos a quererem saber como descobri que estava doente e como estou no momento presente, que decidi contar tudo aqui, neste espaço, etapa por etapa, dia a dia. Sempre gostei de escrever sobre algumas coisas da minha vida, sobretudo as viagens que fui fazendo, para eu própria não me esquecer. Neste caso, acho útil dar a conhecer a minha história, igual a tantas outras, mas que poderá vir ajudar outras pessoas na mesma situação ou parecida. Espero de vocês os muitos e pouco ou nada amigos que a venham a comentar e fazer perguntas. Tentarei sempre que possível atender.