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Este blog foi criado essencialmente criado para contar os episódios desta fase da minha vida. Tenho tantos familiares e amigos a quererem saber como descobri que estava doente e como estou no momento presente, que decidi contar tudo aqui, neste espaço, etapa por etapa, dia a dia.

Dias seguintes - 22,23, ,24,25 de Dezembro

Estes dias não foram fáceis para além de ter os meus filhos em casa o que exige menos descanso, ainda apanhei uma diarreia do tratamento que não meio de passar. Por mais dieta que faça a coisa não está fácil. O Natal foi muito difícil, na véspera de Natal, estava com uma fraqueza que não me aguentava em pé. O que vale foi o meu marido que esteve em casa e me ajudou e a minha empregada, que veio dar um jeito à casa. No dia Natal, estava mais forte, lá consegui ir almoçar aos meus pais, estive bem todo o dia. Mas de madrugada, mesmo sem ter comido quaisquer excessos, lá veio mais uma diarreia.

Dias seguintes -19, 20, 21

Parece que a ressaca não está a ser tão forte, mas mesmo assim, o sábado foi passado quase todo a dormir, o Domingo o meu dia de anos foi mais animado, passaram por cá a minha madrinha, os meus pais e a minha amiga Isabel Saraiva, com a família, mais as dezenas de pessoas que me telefonaram nesse dia. Foram todos muito simpáticos tive distraída, a conversar durante a tarde, mas à noite já tinha a minha cabeça muito tonta. Fazer anos doente não é lá muito agradável, espero para o ano ter saúde para comemorar. A segunda-feira, foi dificil, tive os meus filhos todo o dia em casa, por muito que estejam sossegados, a minha cabeça tem alguma incapacidade em tolerar barulho.

Votos de Boas Festas

Não queria deixar passar esta quadra sem desejar a todos os meus leitores, entre os quais estão os meus familiares, amigos, colegas, conhecidos e desconhecidos um Feliz Natal, e um Ano Novo Cheio de Saúde, que para mim e para todos julgo que será o mais importante, mas também com Paz e um futuro melhor para o nosso país e para o mundo.


Dia 71 - 18 de Novembro

Logo pela manhã dirige-me ao hospital, apesar de haver muita gente à espera para o mesmo que eu fui logo chamada, claro que mal entrei na sala o pequeno-almoço foi todo fora. Desta vez, picaram-me noutra veia e não tenho o braço tão mal. Estava inquieta para que aquilo acabasse porque passo quase duas horas com ataques de vómitos.
Vim para casa, almocei e deitei-me. Os meus filhos que estavam em casa foram com a minha mãe e passaram lá a tarde. Eu tive toda a tarde deitada. É o que mais preciso nestes dias. Tenho muitas dores no corpo, e uma fraqueza enorme. à noite os meus pais ficaram cá deram os jantar aos miúdos e ainda tive um pouco à conversa com eles. Mal saíram fui logo para a cama.

Dia 70 - 17 de Novembro

Estes dias antes da QT são muito stressantes, tenho de deixar a vida organizada para os dias de ressaca. Levantei-me cedo, deixei os meus filhos na escola, como faço todos os dias, em seguida vim para casa deitei-me ainda um pouco e depoi fui arranjar-me para ir à Praça, depois ao Centro de Saúde, levar mais uma injecção, segui ainda para o Pingo Doce, para fazer as compras, ou quase todas para a ceia de Natal.
Quando cheguei a casa perto do meio dia, os sinais de ressaca da injecção já se estavam a sentir-se, um sinal de gripe e umas dores na coluna. Tomei o meu benuron, e fiquei a descansar. Lá tive de desmarcar os almoço com os meus colegas de emprego, com muita pena minha, mas não me sentia em condições de ir.
Depois almocei, descansei mais um pouco, e segui para o HSM, fazer as minhas análises e voltei para casa. Pelas 16 horas rumava novamente ao HSM, para a consulta com a minha médica. Levei umas prendinhas para as empregadas administrativas, enfermeiras e para médica, claro. Desta vez, tenho os globulos acima do previsto, efeito das injecções, 15 milhões em vez dos 11 milhões que é o limite. Tive numa conversa saudável com a minha médica, para além dos aspectos do tratamento medicação, injecções para o próximo tratamento. Tivémos a conversar um pouco sobre o estado da doença e aquilo que é percéptível nos exames disponiveis, ela diz-me que há um limiar de detecção, mesmo para o PET, que é o exame mais preciso, e para isso é que se faz a QT, para que se houver alguma coisa não visível, ela seja morta pelo QT. O meu tumor não é dos menos agressivos, porque começou por ser triplo negativo, verificou-se depois que não é, mas biológicamente não é dos mais faceis. Vamos ver o que me espera. Também me disse que posso ser enviada para fazer a radioterapia fora, porque o HSM tem dois aparelhos em substituição.
De qualquer forma amanhã segue-se mais uma sessão de QT.

Dia 69 - 16 de Dezembro

Menos um dia a caminho do tratamento, que só tenho confirmado amanhã, se vai ser na sexta-feira. Mas hoje levei mais uma injecção para os glóbulos subirem. Mais uma ida ao Centro de Saúde e mais uma picadela. Não custa.
A contagem decrescente para a QT faz com que eu tenha de deixar tudo preparado para o Natal, pois só estarei aceitável na véspera de Natal, por isso tenho de deixar os pendentes todos executados. Organização, mesmo doente. Não me deixo abater mesmo com a doença.
Passei o dia a todo a Benurons, porque o efeito das injecções não é agradável, à noite tive tantos arrepios, que tremia toda e as dores eram insuportáveis, até tomar um benuron.

Dia 68 - 15 de Dezembro

Hoje é um dia bom e mau. Mau porque faz hoje 5 meses que a minha amiga Rita morreu, por muito que eu viva não me vou esquecer. Ela era uma pessoa espectacular, com uma força de vida enorme, como pode ela morrer com a mesma doença que eu tenho. Eu não compreendo. Mas foi um dia bom porque fui ao almoço de Natal da Fundação. Foram todos muito amáveis comigo, desde os colegas até às chefias, não ficando ninguém de fora, mimaram-me muito. Senti-me muito bem. A importância que eu dou a estes pequenos momentos é enorme.
Mas antes ainda passei pelo hospital, para fazer análises. À tarde soube os resultados, infelizmente, estou com os glóbulos em baixo, lá vou tomar umas injecções para que eles subam e eu consiga fazer o tratamento no dia 18 e consiga passar o Natal em condições normais, ou quase normais, com a minha família. As enfermeiras disseram-me que dava apenas umas dores no corpo como uma gripe. Vê-se logo que elas não as tomam. Depois do jantar comecei com umas dores horríveis na coluna, tomei um Benuron e a coisa ficou controlada. Vamos ver como estou amanhã.
Deixo aqui mais uma mensagem para os que colocam comentários: não tenho respondido a todos os comentários, porque são muitos e acabo sempre por dizer o mesmo. Mas acreditem que me dá um grande prazer que deixem os vossos comentários e aliás emociono-me muito quando os leio. Dá-me uma grande satisfação saber que há muitas pessoas, interessadas em saber como eu estou. O meu obrigado a todos mesmo aqueles que não escrevem e que eu sei que são muitos.

Dias seguintes - 13 e 14 de Dezembro

No domingo estava um dia de Sol, e eu impus aqui em casa que tinha de se sair, já basta os fins-de-semana que tenho passado " de molho". Então lá conseguir movimentar a família até ao Estoril, almoçamos por lá e demos um passeio no paredão que bem que me soube. Aliás, aquele paredão faz-me lembrar quando passava férias em Cascais, e fazíamos a pé, com os amigos da praia aquele paredão vezes sem conta, à procura de um local melhor para tomar banho e para fugir dos pais que estavam em cima de nós. Belos tempos esses que passava as minhas férias naquele local, onde aliás conheci o meu marido.
Na segunda-feira, fiz mais algumas compras de Natal, juntei-me à minha amiga Isabel para tomar um café e fui buscar os meus filhos à escola. Um dia normal como tantos outros.

Dia seguinte - dia 12 de Dezembro

Hoje fui a Setúbal, o meu filho participa em mais um torneio de ténis, chegámos a tempo de ver o segundo jogo, fui com os meus pais e com o Gonçalo. O jogo foi ganho pelo meu kiko, que ficou contente, quando ganha fica muito feliz, mas quando perde ninguém o atura. À noite tive um jantar com os meus amigos de Santo António dos Cavaleiros, local em que vivi na infância. Eramos cerca de 30 pessoas, muitas delas eu já não me lembrava dos nomes, mas das caras sim. É impressionante passaram talvez 25 anos, e as pessoas estão com as mesmas feições, à excepção de uma ou outra. Foi muito divertido, e para o ano repete-se com alguns que este ano faltaram. Momentos como estes fazem-me esquecer a doença.

Dia seguinte - 11 de Dezembro

Hoje fui surpreendida por um telefonema às 9.00 da manhã, era a minha cunhada Margarida a comunicar-me que o seu neto estava prestes a nascer. A Cristina, minha sobrinha estava no hospital desde madrugada. O Diogo nasceu depois do almoço, é um dia de grande felicidade para toda a família. O Menino Jesus nasceu é perfeitinho. Hoje, não se pensa em doença nenhuma, é muito importante o nascimento de uma criança. Esta minha sobrinha é especial e desde que fiquei doente tem sido de uma atenção, como poucos, não passa uma semana que ela não ligue e às vezes mais do que uma vez. É um amor, quando devia estar apenas preocupada com o seu Diogo. Tenho pena de não poder ver por agora este bébé, mas não há-de faltar muito.

Dia 67 - 10 de Dezembro

Logo pela manhã parti para a Av. EUA, tinha marcada a Junta Médica, para as 9.40. Este sistema de chamarem todas as pessoas independentemente da justificação da baixa para verificarem que estamos de facto doentes é um pouco estupido. Desta forma como há-de o país progredir, estão dois médicos a perder tempo com casos como o meu. Já lá fui uma vez, comprovei a doença de que era portadora, sabem que os tratamentos para estes casos são demorados, para que é que me chamam outra vez. Aliás ,é como as baixas médicas, se estou de baixa desde Julho, desde essa data que os médicos sabem o que tenho, porque é que, nestes casos, não passam uma baixa por um tempo superior fazendo com que eu não ocupe uma consulta por mês de um médico de recurso, quando existem tantas pessoas que estão doentes e precisam de consultas médicas. Estou a ocupar vários médicos sem necessidade. O sistema está errado, mas não muda, é nestas pequenas coisas que se vê tambem o estado de evolução de um país.
Mas passemos à frente os médicos não colocaram nenhum entrave à minha situação. Disseram-me apenas que da próxima vez convinha trazer uma declaração actualizada da minha médica, a que eu tinha era do fim de Outubro.
Seguindo, fui depois às compras de Natal, faltavam-me ainda alguns presentes, e aproveitei estar perto da Av. de Roma para os fazer, já comprei duas prendas para os meus médicos, entre outras.
À hora de almoço fui ter com as minhas colegas da Rua do Salitre eramos 11 no almoço, muito queridas todas se disponibilizaram a almoçar comigo. Gostei muito, foi muito agradável. Estes pequenos momentos, para mim agora são grandes e aprecio muito uma conversa com as amigas. . São todos uns queridos, mesmo aqueles que por inerência das suas funções não puderam almoçar comigo, em especial o João e Ana.

Dia seguinte - 9 de Dezembro

Hoje tive o meu marido e o filho mais velho em casa. O primeiro está de folga e o segundo está a recuperar da sua gastrointerite. Fiquei por casa, a descansar. Hoje não precisei de ir a actividades com os meus filhos que o pai está e tem gosto em fazê-lo quando pode.

Dias seguintes - 7 e 8 de Dezembro

Segunda-feira foi dia de levar a cabeleira ao cabeleireiro, apanhou tanta humidade no fim-de-semana, que estava mesmo a precisar de champô e amaciador e já agora um secador e uma profissional que a secasse. Ficou impecável. No segunda ainda fui buscar os meus filhos à escola e fui à natação com o Gonçalo. Na terça ficámos por casa o Francisco vomitou toda a noite e está de molho. Está fraquinho e não tem força para fazer nada.
Cada vez que penso que ainda tenho duas caminhadas, dois tratamentos, custa-me tanto, a ressaca é tão má, mas tenho de ter paciência e pensar que já está quase. Assim, vai ser mais fácil. Estou bem disposta e em preparativos para o Natal. Ainda me faltam algumas prendas mas poucas.

Dias seguintes - 4, 5 e 6 de Dezembro

Foram os primeiros dias em que retomei a minha vida dentro da normalidade e apanhei logo com um tornei de ténis do meu filho. O miúdo estava numa excitação, e por isso vale a pena. Foi pena ter perdido o quarto jogo. Aproveitei ainda para estar com a minha colega Gabriela que também está doente como eu. E que bem que ela está de aspecto. A cabeleira que comprou fica-lhe a matar, a cor é lindissima e ela está mesmo muito bem. Foi muito bom colocar a conversa em dia. De resto estou bem disposta. Os miúdos portaram-se bem durante todo o tempo em que o pai não esteve o que ajudou.

Dia seguinte - 3 de Dezembro

Hoje de madrugada o Eduardo foi para fora, mais uma noite mal dormida, mas de hoje não passo sem Lexotan, já ontem disse o mesmo e depois não o tomei. Fiquei ainda por casa, dormi um pouco de manhã, para que não me sinta tão cansada. Durante o dia ainda fui ao supermercado da esquina e ao café mas foi tudo, as forças não dão para mais. Os miúdos chegaram ao fim do dia e foi o habitual, estudarem, tomarem banho, jantar, brincar um pouco e depois dormir. Entretanto, o Eduardo chegou ao destina são e salvo. Continuo com o braço muito dorrido, mas falei com Sara, ela confirmou que devia por gelo, e assim o faço.

Dia 66 - 2 de Dezembro

Hoje foi dia de renovar baixa médica, pelo que como me sentia melhor aí fui eu. O Eduardo deixou-me à porta e por causa de ter medo de apanhar o virus da gripe, subi 5 andares, quando cheguei lá a cima só tive tempo de me encostar a uma parede e depois sentar-me. Ia desmaiar, estou fraca. Por fim, lá entreguei o meu cartão de utente e aguardei sentada.
A médica foi muito simpática, como todos tem sido, acabou por me medir a tensão, estava baixa mas recuperada.
Agora preocupam-me duas coisas. O meu braço que me dói imenso, tem sido sempre o mesmo a receber o tratamento. A médica do centro de saúde, disse-me para colocar gelo de duas em duas horas. Mas a verdade é que dói cada vez mais e ainda tenho de receber mais dois tratamentos. E o facto de não andar a dormir nada bem. Ainda não consegui ultrapassar o fantasma da cicatriz, apesar de ela estar boa, e então não durmo de barriga para baixo. Passo as noites sem dormir a engendrar coisas para fazer, mas esta noite vou tomar o meu Lexotan.

Dias seguintes - 30 de Novembro e 1 de Dezembro

Continuo por casa, o corpo pede descanso, ontem ainda fui à rua comprar pão, mas vim logo para casa. A cabeça continua muito confusa. É das coisas que ficam pior a seguir ao tratamento. Faz-me confusão grande barulho. O tempo na rua também não ajuda quem está doente, está muito frio, e como tal há que recolher. Hoje que é feriado, tenho a família toda em casa. Amanhã já sairei tenho que renovar a minha baixa que já acabou a 29 de Novembro.